sábado, 3 de setembro de 2011

Matando um Leão por dia


Em vez de matar um leão por dia, aprenda a amar o seu. 


Outro dia, tive o privilégio de fazer algo que adoro: fui almoçar com um 
amigo, hoje chegando perto de seus 70 anos. Gosto disso. São raras as 
chances que temos de escutar suas histórias e absorver um pouco de sabedoria 
das pessoas que já passaram por grandes experiências nesta vida.

Depois de um almoço longo, no qual falamos bem pouco de negócios mas muito 
sobre a vida, ele me perguntou sobre meus negócios. Contei um pouco do que 
estava fazendo e, meio sem querer, disse a ele:

-"Pois é. Empresário, hoje, tem de matar um leão por dia".
Sua resposta, rápida e afiada, foi:
-"Não mate seu leão. Você deveria mesmo era cuidar dele".
Fiquei surpreso com a resposta e ele provavelmente deve ter notado minha 
surpresa, pois me disse:

- "Deixe-me lhe contar uma história que quero compartilhar com você".
Segue, mais ou menos, o que consegui lembrar da conversa:
"Existe um ditado popular antigo que diz que temos de "matar um leão por 
dia". E por muitos anos, eu acreditei nisso, e acordava todos os dias 
querendo encontrar o tal leão.

A vida foi passando e muitas vezes me vi repetindo essa frase.
Quando cheguei aos 50 anos, meus negócios já tinham crescido e precisava 
trabalhar um pouco menos, mas sempre me lembrava do tal leão. Afinal, quem 
não se preocupa quando tem de matar um deles por dia?

Pois bem. Cheguei aos meus 60 e decidi que era hora de meus filhos começarem 
a tocar a firma. Mas qual não foi minha surpresa ao ver que nenhum dos três 
estava preparado! A cada desafio que enfrentavam, parecia que iam desmoronar 
emocionalmente. Para minha tristeza, tive de voltar à frente dos negócios, 
até conseguir contratar alguém, que hoje é nosso diretor-geral.

Este "fracasso" me fez pensar muito. O que fiz de errado no meu plano de 
sucessão? Hoje, do alto dos meus quase 70 anos, eu tenho uma suspeita: a 
culpa foi do leão.

Novamente, eu fiz cara de surpreso. O que o leão tinha a ver com a história? 
Ele, olhando para o horizonte, como que tentando buscar um passado distante, 
me disse:

- "É. Pode ser que a culpa não seja cem por cento do leão, mas fica mais 
fácil justificar dessa forma. Porque, desde quando meus filhos eram 
pequenos, dei tudo para eles. Uma educação excelente, oportunidade de morar 
no exterior, estágio em empresas de amigos. Mas, ao dar tudo a eles, esqueci 
de dar um leão para cada, que era o mais importante. Meu jovem, aprendi que 
somos o resultado de nossos desafios. Com grandes desafios, nos tornamos 
grandes. Com pequenos desafios, nos tornamos pequenos. Aprendi que, quanto 
mais bravo o leão, mais gratos temos de ser. Por isso, aprendi a não só 
respeitar o leão, mas a admirá-lo e a gostar dele. Que a metáfora é 
importante, mas errônea: não devemos matar um leão por dia, mas sim cuidar 
do nosso. Porque o dia em que o leão, em nossas vidas morre, começamos a 
morrer junto com ele.”

Depois daquele dia, decidi aprender a amar o meu leão. E o que eram desafios 
se tornaram oportunidades para crescer, ser mais forte, e "me virar" nesta 
selva em que vivemos.

A capacidade de luta que há em você, precisa de adversidades para revelar-se. 
(Pierre Schurmann)


“Tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado” 
(Albert Einstein)  


Texto enviado por email.

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